Entre todos os temas que
fiquei responsável, este é o mais amplo: “ortografia e normas da língua”. Amplo
em um sentido tão geral que poderia fazer uma nova gramática só explicando
pequenos pontos e colocações que vejo no universo de fanfictions. No entanto, é
um pequeno artigo e, dessa forma, só conterá alguns problemas recorrentes
encontrados (selecionados pela nossa linda e adorada Jeniffer).
Nem todos são
experientes, há iniciantes em todos os lugares e, como iniciantes que somos,
nós cometemos pequenos deslizes em nosso percurso. Um deslize recorrente para
os novatos é a utilização de primeira e terceira no mesmo texto sem ser
planejado. Pois é, não utilize duas
pessoas em um texto se você não sabe o que está fazendo, escolha uma só e
divirta-se. Como pode ser evitado? É simples, observe o texto e verifique sempre. O mesmo vale para o tempo verbal,
outra situação bem recorrente, por isso, preste atenção: use passado ou presente para narrar seus fatos, jamais os dois.
Tudo isso torna o texto incongruente e faz com que o leitor se perca no tempo
dos fatos e até mesmo na perspectiva da trama, afinal, todos sabemos que uma
perspectiva e um segundo podem mudar tudo!
O que ocorre se eu repito muito uma coisa? De
novo. De novo. De novo. De novo. De novo. Cansa, não? O texto se torna chato e
o leitor já vai ficar cismado com aquela palavra, às vezes, mais do que com o
assassinato sendo descrito na cena. Por isso, a dica seguinte é sobre repetições, cuidado! É quase um alerta
vermelho, se você não está fazendo propositalmente como acabei de fazer nesse
texto, lembre-se que é uma cilada. Uma cilada intensa, Bino! Repetições são um
problema, para iniciantes e experientes de longa data, por isso, mais uma vez, vigie seu texto. Além disso, a
repetição não é somente de palavras no meio do texto, mas até do nome dos
personagens. Você não precisa dizer o
nome do Phill o tempo todo, deixe o nome respirar. Existem vários outros
recursos como, por exemplo, pronomes e características, mas, claro, não use “o
moreno ou a morena” o tempo todo, se tiver que usar uma vez para se livrar,
certo, mas evite ao máximo fazer isso porque seu leitor pode esquecer qual é a
cor do cabelo do personagem, pois é, acontece. Procure características que só a
ele pertence, que só o personagem se identifica, sempre miscigene e seja feliz.
Durante
seu texto, não exagere. Muitas pessoas fazem isso e com uma frequência
absurda. Quantos h’s um grito suporta? Quantas exclamações? Você não precisa
exagerar dessa forma, use recursos muito mais estilosos para deixar seu texto
muito mais legível e também diversificado. Diga que gritou, esperneou, fez escarcéu, etc. As ações de fala
servem justamente para impedir esse tipo de coisa, então, por favor, comece
agora mesmo a banir os h’s exagerados e também as exclamações repetidas após
uma mesma palavra. Exclame sim, mas
exclame com moderação!
Da mesma maneira que você
deseja expressar sentimentos fortes e intensos a ponto de gritos tão
exclamativos, as interjeições também querem ser utilizadas da maneira correta!
Hum, o que acha? Eu sei que acha algo, ah. Não minta, hein! Viu, não é? Você
pode usar recursos múltiplos para evitar exclamações exageradas e até outros
métodos incômodos, simplesmente, utilizando as interjeições e os atos de fala
ao seu favor. Para mais, pesquise sobre no Google e você encontrará múltiplos
exemplos... Se eu fosse dar todos, não sairíamos mais daqui hoje.
O texto já está longo, eu sei, porém, devemos
nos atentar a um ponto citado pela Jen que é muito importante: como fazer um flashback? Esse tema
precisaria de um artigo focado somente nele, mas como não haverá, vou tentar
resumir sobre analepse, o famoso flashback. A analepse é a interrupção do fluxo
cronológico da narrativa por meio de um rompimento de uma cena ou relato sobre
algo ocorrido no passado (sim, existe
a prolepse também). Logo, é uma alteração
focada também no tempo verbal, lembra que eu comentei a importância de
manter somente um tempo verbal? Quando você cria uma cena que se foca no
passado, você deve utilizar um tempo
verbal que represente o passado da ação dos fatos. Ou seja, se sua
narrativa está no presente, você irá alterá-la para passado e assim
sucessivamente. Mas, espere, você deve
demarcar/ delinear quando irá começar a usar o flashback! Sempre mostre ao
seu leitor, por meio narrativo, quando irá começar a analepse fazendo uma referência explícita que o que irá ocorrer
é memória. Agora, se desejar demarcar ainda mais, é com você, mas é
desnecessário o uso de “flashback on/ flashback off”, você não está escrevendo
um roteiro e sim, um romance.
Pesquise
sobre o que não sabe usar, melhor do que errar.
Nós possuímos duas ferramentas valiosas: o dicionário e o Google. A segunda, é
a que mais utilizamos quando queremos tirar dúvidas rápido, não é verdade?
Então, não hesite em utilizar se você está com dúvida e, se mesmo assim
persistir, tente modificar o texto para que se encaixe um elemento que você tem
domínio. Simples, certo? Não há como discorrer, nesse texto, sobre todos os
erros de ortografia que são cometidos em fanfictions, mais uma vez, é um
pequeno artigo e não, uma gramática. Por isso, se existe a dúvida entre viagem
e “viajem”, lembre-se que o certo é viagem.
Brincadeira! Enfim, se existir a dúvida, consulte, pesquise!
Algumas outras palavras
tendem a nos enganar. É normal. Super normal. Por exemplo, é absolutamente
comum utilizar errado os termos “mas” e “mais”, às vezes, não porque se
desconhece a diferença entre os dois, mas porque erramos por falta de atenção mesmo.
Por isso, atenção na diferença entre
“mas” e “mais” e na hora de utilizar cada um deles. Para quem não sabe,
“mas” é contrariedade e “mais” é adição. Simples assim, viu?
Outras palavras tendem a
enganar os escritores de plantão, alguns casos como “a/ à / há/ ah” são
visualizados por aí. Qual é a hora de usar cada uma dessas palavras? “A”,
limpinho como nasceu, é um artigo definido, como também pode ser preposição ou
pronome dependendo da forma que está sendo utilizada no texto, enquanto “há” é
o verbo haver (ou seja, aquele que existe ou faz). Por sua vez, existe “ah”!
Sabe quando você sente alívio e faz aquele “Ah!”? Então, é a interjeição
tomando conta de sua mente, geralmente é utilizada para expressar alívio, pode
ser para admiração, etc. Claro que não podemos esquecer de “à” com sua crase
maravilhosa, estragando noites de vários escritores que não a utilizam de
maneira correta. Você pode ter ficado sem dormir por conta de namorado(a), mas
existem pessoas que já ficaram sem dormir por conta dessa belezinha aí! Claro
que também daria para fazer um artigo enorme falando sobre crase, mas vamos nos
ater a maneira rápida de compreendê-la: crase só existe quando uma preposição e
um artigo definido se fundem (mesmo quando acopladas em pronomes demonstrativos
como aquela(s), aquele(s), aquilo e pronomes relativos como a qual/ as quais).
Mas como saber quando empregar? Existem mil dicas para isso, como, por exemplo
substitua por “na” ou mude para o masculino, se “ao” passar e fizer sentido,
aquela adorável frase precisa da famosa crase. Não se esqueça que existem locuções que pedem crase como também
expressões que indicam horas, afinal, nós podemos comer uma lasanha à
parisiense (“à moda” parisiense) depois que o texto estiver pronto! O que acha?
No entanto, devo lembrar que a crase não
ocorre antes de verbo, dificilmente — mesmo — antes de palavras masculinas,
pronomes pessoais, de “casa” quando significa “lar”, “terra” no sentido de
“solo” e de expressões que se repetem como “dia a dia”, por exemplo.
Depois desse parágrafo
enorme explicando as quatro formas, vamos nos focar em mais quatro (prometo que
é a última explicação, não me abandone ainda!) para acabar esse artigo que já
está enorme (embora já tenha perdido o teor de artigo faz tempo... Enquanto
falo com você). Enfim, o uso dos porquês.
Por quê? Como eu uso isso? Vou tentar explicar da forma mais simples possível.
O “por que” sempre aparecerá em início ou meio de frase interrogativa,
seja direta ou não, além disso ele pode substituir
pelo(s) qual(is) ou pela(s) qual(is). “Por
quê” já aparece no final das frases
interrogativas, diretas ou não. Só essa a diferença entre os dois, o acento
sempre será colocado quando estiver com ponto do lado! Já o “porque” sempre aparecerá nas respostas com valor de conjunção, por sua vez, “porquê”
terá valor substantivo e admitirá
plural, podendo ser precedido de artigo ou pronome adjetivo. Se tiver
dúvida sobre sua utilização, coloque a frase no plural e voilá!
Se
pensa que esta terra lhe pertence,
Você
tem muito ainda o que aprender
Pocahontas,
Pocahontas (Disney)
Oi Senpai ~ Perfeito! Adorei as dicas! Praticamente cometi a grande maioria dos erros em minhas fanfics. Mas a vida é isso: vivendo, aprendendo e reaprendendo. saushaushaush :D
ResponderExcluirQue bom, kohai! ♥
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