In ARTIGOS TRABALHOS

Sinopse



Posso dizer que eu sou
Alguém que tem quase tudo
Ariel, A Pequena Sereia (Disney)


A sinopse tem quase tudo, como diz a música, por isso, ao fazer a sinopse, você deve ter muito cuidado com o que será colocado nela e como você colocará as informações também. A sinopse, de fato, é um tema muito complicado, porque é algo bem subjetivo tanto do eu-autor como do eu-leitor. Que tipo de leitor você quer/ é? Qual não quer/ é? Pois bem, então, vão dicas aí de como crio as minhas sinopses e de como gosto de ler sinopses, ou seja, sinopses que me convencem a continuar uma trama, porque é o que posso relatar para vocês com segurança. Mas prometo tentar ir além disso, ao menos, tentar...
A predileção, na verdade, no universo de fanfictions são storylines (um pouco modificados, claro). No português, o termo é conhecido, mais ou menos, como “linha temporal”, que seria um resumo da trama/enredo a ser transformado em um roteiro – seja roteiro de cinema ou até a linha que você seguirá com sua trama. Por que a preferência são storylines? Porque são absolutamente curtos e, geralmente, são desenvolvidos no máximo em cinco linhas, contendo somente o principal conflito. Curtos, diretos e claros, a melhor forma de conseguir mostrar ao leitor que você tem domínio da palavra e também não cansá-lo no processo, afinal, quem já não olhou para uma sinopse enorme e pensou “deixa para lá”? O storyline comum possui três pontos: apresentação, desenvolvimento e solução do conflito. Em fanfictions, exclua o último, porque a solução deve ser algo que dará água na boca do seu leitor, desejo! No lugar, coloque uma frase de impacto e leve seu leitor a pensar no que irá ocorrer, como será resolvido. Bem melhor, não? Além disso, no comum do storyline, os verbos devem estar no presente, o que não seria obrigatório em um para apresentar uma fanfiction que quer atrair um leitor.
A sinopse de fato, por sua vez, geralmente, contém de dez a quinze linhas, trabalhando não só o que está no storyline, como também descrevendo parte de cenário — o que é importante, claro, não todos ou os dispensáveis — inclusive os personagens principais da história. Ele se estende mais, porém não quer dizer que você deve exagerar nas informações, por isso, cuidado com os adjetivos empregados, nunca faça em demasia. Você não precisa colocar a ficha do seu personagem para atrair a atenção do leitor, na verdade, assusta alguns, principalmente, aqueles que fazem comentários ricos sobre escrita e afins.
 Esses dois processos são viáveis quando criar a sinopse para a sua história. A preferência pela primeira se dá ao fato de que leitores de internet estão constantemente lendo sobre diversas coisas a todo momento, logo, você precisa prender a atenção deles. O que é mais fácil? Textos longos que você desiste vendo o tamanho? Ou textos curtos que você demora menos de um minuto para ler? Com a correria do dia a dia — falo por mim mesma — só existe atenção de fato no segundo caso, porque as pessoas tendem a receber tanta informação que se cansam uma hora. Lemos o tempo todo, pois somos uma sociedade voltada para a leitura/ letrada, logo, quanto maior o momento primário de prender seu leitor, mais difícil será conquistá-lo e levá-lo a ler o final.
Agora que discutimos o tamanho, que é variável de acordo com o desejo do leitor ou do autor, passemos para algo óbvio, mas importante tão quanto: não dê spoiler. Nunca. Jamais. Deixe seu leitor desvendar o universo que criou sozinho, não diga a ele uma informação logo de cara que quebrará a euforia. Crie o clímax, mas não vá além dele. Por isso, quando foi comentado sobre o storyline, sugere-se a alteração do último item. Ao invés de contar a solução, coloque um mistério sobre ela. Será que conseguirá? Será que isso? Ou aquilo? Mas também não diga “leia e descubra”, por favor, não diga isso. É comercial demais, foge do que de fato é literatura, muito embora possa ser comercial o que cria, não explicite porque isso afasta o público. Sério, afasta mesmo. É quase como dizer “eu não sei fazer sinopse, mas minha história está boa”... Se não consegue resumir o seu texto, como saberá desenvolver a sua trama? A sinopse é sua marca de entrada, não saber criá-la é dizer que é incapaz de fazer um bom texto.
Existem mecanismos maravilhosos para chamar atenção, por conta disso, evite utilizar capslock e outros recursos que não são comuns a um texto padrão. Use ao seu favor a coesão e a coerência na hora de escrever o que é importante, tanto a linha de raciocínio quanto a escrita devem estar apresentáveis, o melhor possível, na verdade. Assim, você chama a atenção do leitor pela sua capacidade narrativa.

Como chamar a atenção do leitor e fazê-lo devorar sua trama? Esse é um bom mistério, um mistério que todos os autores amariam saber. No entanto, ainda é um segredo não descoberto, então, a última dica é crie segredos, intrigas e suspense, faça o seu leitor sentir curiosidade jogando informações, mas não as completando de fato. Já foi dito antes, mas é bom enfatizar a importância desse ponto, a melhor forma de conquistar um leitor é trazendo uma excelente trama já na sinopse, sendo coerente e coeso na linha de raciocínio e com a língua portuguesa, por fim, deixando no ar o mistério, o famoso “gostinho de quero mais”. Agora, seu leitor será a Ariel, tem uma porção de coisas em sua coleção/ ideias, mas deseja estar em outro lugar... Onde irá ter as respostas para suas perguntas.  

Related Articles

0 comentários:

Postar um comentário